domingo, 11 de novembro de 2012

O Que é Transpessoal



Quando falamos em Transpessoal, num primeiro momento as pessoas nos perguntam: 
mas, o que é isto? À medida que vamos nos aproximando do significado da palavra, seus olhos brilham e um leve sorriso aflora em seus rostos, como a dizer que lá no fundo da alma alguma coisa produziu ressonâncias. Nossa consciência sempre reconhece os antigos significados da alma. 
 
Transpessoal significa "além" da pessoa. 
Mas, o que haverá para além do eu, do ego ou da pessoa? Parece que tudo...
A busca da essência ou de algo que supere a idéia que fazemos de nós mesmos sempre fez parte da humanidade. No templo de Apolo, em Delfos, havia um frontispício onde se lia seu famoso mandamento “Conhece-te a ti mesmo”. Mas, esse autoconhecimento significava muito mais do que supõem todas as nossas psicoterapias. 

Os antigos caldeus buscavam esse autoconhecimento nos astros, onde liam a roda dos destinos. Na Idade Média havia os alquimistas, os cientistas da época, que afirmavam poder transformar chumbo em ouro. Só os tolos não percebiam, porém, que a verdadeira transmutação à qual os alquimistas estavam se referindo ocorria mesmo era no interior da mente, que se tornava áurea, iluminada, autoconsciente. Meu ouro não é o ouro vulgar, dizia Hermes Trismegisto.

Nossa era engrandeceu tanto o pensamento racionalista que nós empobrecemos. Perdemos o contato com aquela dimensão interior que é a sabedoria. Desenvolvemos nosso raciocínio lógico, mas perdemos a chave da compreensão dos mistérios antigos, dos quais falam enigmaticamente os Vedas, os Evangelhos, o Bhagavad-Gita, a Cabala, a Yoga e tantos outros. Ora, nesses mistérios residia a chave da sabedoria. O conhecimento da união mística, que é a união do ser com sua essência.

Talvez estejamos vivendo hoje um processo evolutivo consciente, às portas de um salto inteligente para o espírito. Teillhard de Chardin, o teólogo herege que quase foi expulso da Igreja, percebeu que a vida é uma ascensão progressiva da consciência rumo a um Outro supra-humano, além e acima da percepção individualista e limitada do eu e da realidade que nos cerca. Este é o cerne da fundamentação metafísica da Transpessoal: 
a busca incessante de uma superação da consciência comum rumo a outros estados de percepção do real. Para isso é necessário umtrabalho corajoso de desidentificação dos apegos, das crenças e dos padrões que nos limitam. 

Este é o princípio que define a sua psicoterapia, seu processo pedagógico, sua concepção de música, de arte, de criatividade. A busca da consciência transpessoal é algo equivalente a uma transmutação alquímica da alma. 

Por isto, se algo deve estar presente em todos os tratados de Transpessoal, deve ser a espiritualidade. É esta a sua contribuição neste milênio.
 A Transpessoal vem acrescentar, a uma psicologia das profundezas, também uma psicologia das altitudes. 
O estudo da supraconsciência hoje pode ser realizado em termos científicos, utilizando para isso o referencial da psicologia, da biologia e do sistema neurológico, entre outros.

 A espiritualidade não mais se encontra restrita a uma linguagem religiosa e dogmática. Mas, para isso, foi necessário o resgate de antigas tradições místicas e seu enlace transdisciplinar com a ciência, para que a consciência pudesse ser vista em suas múltiplas dimensões e potencialidades.

Voltando à pergunta inicial, por que o brilho e o sorriso nos olhos das pessoas quando ouvem falar da Transpessoal? Freud dizia que o riso era uma manifestação do inconsciente. Pego de surpresa, ele se entrega rindo. Talvez, no fundo, adoramos quando alguém nos lembra a magia e o encantamento do mundo. É isso o que faz a Transpessoal: ela nos convida a uma transmutação alquímica de nossas almas...

Por: Mani Álvarez
 
Fonte: http://somostodosum.ig.com.br/blog/blog.asp?id=8187

Nenhum comentário:

Postar um comentário